segunda-feira, 14 de julho de 2014































laura makabresku


























morte, minha materna morte: faz-me o poema onde aprenda a morrer, e,
num texto corpo de silêncio, cria comigo o amor

pedro sena-lino





















outros dias há em que o coração sem casa. desesperado.  procura - que uma razão de vida me alcance agora que de nenhuma esperança se faz este futuro - aprendi contigo uma vida que já não existe. ensinaste-me um mundo que já não é meu - avó. nunca me disseste como se vive na ânsia do abraço que não se deu - quando estou assim triste e não encontro nenhum horizonte onde te imaginar feliz. nenhuma nuvem onde pousar a cabeça. encolho o corpo e fico a pedir ao deus. aos deuses. a todos os santos a quem dedicaste todos os dias. que me venhas abraçar só por um segundo - a minha pele está tão fria. os meus lábios tão secos. quero que me leves para perto de ti e me abraces tanto que o meu corpo desapareça - só tu sabias como dói o mundo quando as manhãs tão claras se fazem de lágrimas e não permitias que ninguém mo impedisse. como se a tristeza fosse a certeza de uma beleza que não há - trago comigo a violência do mundo e a dor de quem sabe que não há regressos - leva-me pela mão até ao penhasco. aperta-me o peito até ao grito













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