terça-feira, 3 de junho de 2014































de fabiana grasso


















'E tu esperas, aguardas a única coisa
que aumentaria infinitamente a tua vida;
o poderoso, o extraordinário,
o despertar das pedras,
os abismos com que te deparas.'


rainer maria rilke













espero-te. não regressas. não há volta na vida. nem mar - fujo. meu corpo um abismo. teu corpo amarelo puro - adeus - teu nome bate no meu como um coração que morreu. e todos os braços. de todos os amigos. me dizem que morreste - não existe calma. nenhum gesto conforta. de silêncio se cobrem todos os móveis. cresce o respeito pelas coisas mortas - eu não volto - avó. faz-me uma trança metida. conta-me uma história - era uma vez uma menina de cabelos muitos loiros. tão loiros que dali nasceram os primeiros raios de sol. os seus cabelos fizeram o dia. quando essa menina ficava triste seu peito abria e dele saíam sete corvos negros e dali se fez a noite... 




















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