terça-feira, 3 de dezembro de 2013







rengim mutevellioglu











 sou eu que te abro pela boca,
boca com boca,
metido em ti o sôpro até raiar-te a cara,
 até que o meu soluço obscuro te cruze toda,
amo-te como se aprendesse desde não sei que morte,
ainda que doa o mundo,
a alegria


  herberto helder 









o teu nome na minha boca. repetido - com um coração à cabeça. dois braços que impedem água. uma boca que grita - meus dias são. começam e acabam na primeira sílaba do teu nome - e o silêncio dói. não dizê-lo dói - queria gritar o teu nome. que então se socorresse de penhascos e precipícios - minha língua procura uma desculpa para não encontrar-te. um país onde o teu nome não exista - teu nome tem corpo. tem boca. tem riso. tem cheiro intenso de mar. infinito - é nuvem. pó. rua. cave. deserto. caminho - o teu nome só existe na minha boca.





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