sexta-feira, 27 de setembro de 2013







laura makabresku









Esta mão que escreve a ardente melancolia
da idade é a mesma que se move entre as nascenças da cabeça,
que à imagem do mundo aberta de têmpora
a têmpora
ateia a sumptuosidade do coração. A demência lavra
a sua queimadura desde os seus recessos negros
onde se formam
as estações até ao cimo,
nas sedas que se escoam com a largura
fluvial
da luz e a espuma, ou da noite e as nebulosas
e o silêncio todo branco.
Os dedos.

herberto helder






às vezes o amor doía - que fazer do coração. sem cabeça. o que dizer à boca - e vivia o completo silêncio de quem sabe que os meus dedos existiam com o único propósito de sentir a tua pele - e doía como uma madrugada fria na pele. como uma luz forte nos olhos ou maracujás ainda não maduros na língua - talvez o amor seja isto. este sentir-me só entre os teus braços - 







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