domingo, 5 de agosto de 2012















marija kovac










 O que me tranquiliza
é que tudo o que existe,
existe com uma precisão absoluta.
 O que for do tamanho de uma cabeça de alfinete
não transborda nem uma fração de milímetro
além do tamanho de uma cabeça de alfinete.
Tudo o que existe é de uma grande exatidão.
Pena é que a maior parte do que existe
com essa exatidão
nos é tecnicamente invisível.
O bom é que a verdade chega a nós
como um sentido secreto das coisas.
Nós terminamos adivinhando, confusos,
a perfeição.


 clarice lispector




 não parece agosto e agora que penso nenhum mês parece o mesmo desde que morreste. às tantas pela tua ausência mudaram os meses - tenho mais anos do que todos os anos que tiveste para me conhecer. porque todos os anos não chegam - quando gostamos de alguém os anos passam e nem nos damos conta. agora que partiste trocava os anos por dias - e de certo agosto seria o agosto que sempre conheci. com o sol cheio e os dias tão quentes a incendiar florestas. e o pai no quintal a regar as plantas com medo que se queimem. e a mãe a inventar tempo -




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