terça-feira, 7 de agosto de 2012





ezgi polat











 O meu país sabe a amoras bravas
no verão. Ninguém ignora que não é grande,
nem inteligente, nem elegante o meu país,
mas tem esta voz doce
de quem acorda cedo para cantar nas silvas.
Raramente falei do meu país, talvez
nem goste dele, mas quando um amigo
me traz amoras bravas
os seus muros parecem-me brancos,
reparo que também no meu país o céu é azul.


eugénio de andrade




às vezes inventamos no silêncio um lugar onde sermos felizes. em segredo. e acreditamos que o somos ainda que à nossa volta o mundo nos saiba tristes - no verão a tristeza é outra. por não saber das amoras. nem de ti. e nenhum caminho nos levar a roma - queria para ti outro país. com estações mais quentes e a certeza de dias e dias de verão - nem parece agosto - decididamente os meses não são o que eram. quando corrias calçada abaixo em direção ao rio. olhos postos nas pedras com medo que escorregassem os pés. e a água fresca na pele. se quieta os peixes mordiam-te os pés enquanto escutavas o voo certeiro das libelinhas - decididamente os meses não são o que eram 





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