sexta-feira, 16 de dezembro de 2011












brittany markert








Mas que sei eu das folhas no outono
ao vento vorazmente arremessadas
quando eu passo pelas madrugadas
tal como passaria qualquer dono?
Eu sei que é vão o vento e lento o sono
e acabam coisas mal principiadas
no ínvio precipício das geadas
que pressinto no meu fundo abandono
Nenhum súbito lamenta
a dor de assim passar que me atormenta
e me ergue no ar como outra folha
qualquer. Mas eu sei que sei destas manhãs?
As coisas vêm vão e são tão vãs
como este olhar que ignoro que me olha

ruy belo








por que lugares te perdeste que hoje não regressas. nem te lembrando muito o tempo me traz o teu rosto. seco. como os dias secos de grandes conversas - pedi-te que não morresses. eras para mim todos os lugares mais bonitos do mundo. os que ainda não vi. nem sei se terão lugar na existência física como têm dentro - o corpo às vezes dói. é natural. é carne só - às vezes passeávamos. da porta à horta eram viagens longas. e contavas-me da tua vida. como se estivesses viva e a morte te não visitasse já durante a noite - tinhas um nome próprio de princesas e um jeito manco de andar que te fazia erguer os cabelos. tinhas um nome tão próprio que dizê-lo é arrancar penas a pássaros - como sabes é dezembro e em dezembro custam muito mais os dias. quem dera que passe ou não passando sare.










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