quinta-feira, 1 de setembro de 2011










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laura taylor






Nós somos
sempre dois, um respira
no silêncio e o outro
beija o sol.
A mão que toca o ombro (no sítio do nervo
irritável) ou o piano,
a chuva fria,
é sempre o apelo: choro
da criança e desvio da língua,
metade.
Na surpresa também a folha que vai caindo
de janela em janela esquece o exílio, cala,
e passa o destino breve
e os pequenos rios secam
e a neve das montanhas derrete-se
e apodrece a raiz do arbusto.
Nós somos sempre dois , aquele que
não suspeita a corrupção
e o outro governa sozinho em nome das massas.
O fogo e a neve ou uma maneira, estilo,
e vai para o infinito a emoção, esse ser
gota de água unida e pesada, esse ser de empréstimo.

joão camilo







a menina loura da minha infância morta de água ou de sal. não há nenhuma expressão de rosto, nenhuma. estava calada, a boca. mais à frente, só, o coração. uma terra baldia onde subitamente plantaram sargaço. seca, a terra, onde subitamente plantaram sargaço e algas. a menina loura da minha infância morta. e pela imagem triste corre o homem, com os olhos abertos, muito abertos, com as mãos à cabeça. os pés pesados do corpo, a planta enterrada na areia. corre. corre desatento. corre. não se ouve uma voz, um só sopro do vento.










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