domingo, 15 de maio de 2011


































Esta mulher é formosa
como uma flor da montanha,
mas é fria, fria, e é fria
como a margem de neve
onde fria floresce.

herberto helder





só não sabemos por que dói às vezes. por ser deserto por certo. também o coração não tarda a existir dentro de todos os corpos que amei. fico em silêncio. nenhum movimento me pertence. quero dizer-te hoje que está um bom dia. para correr. para chorar um pouco. para escrever sobre estas árvores de onde subitamente se levanta o vento. estou só. ando há algum tempo só. talvez por ser assim mais fácil esquecer o coração. há rostos que te lembram da vida. queria também dizer-te que faz frio no azulejo e os pássaros procuram no telhados lugares para fazer ninho. quero um ninho posto do lado esquerdo do peito. talvez também por ser deserto fico sem voz. há qualquer coisa de descoberta em não ter voz. em doer-nos o mundo. lá fora. fico quieta. talvez algum pensamento me visite. este domingo está fresco.









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