sexta-feira, 29 de abril de 2011

































Se tanto me dói que as coisas passem

Se tanto me dói que as coisas passem
É porque cada instante em mim foi vivo
Na busca de um bem definitivo
Em que as coisas de Amor se eternizassem


sophia de mello breyner andresen





dizem - as coisas passam - que não passassem as coisas. que aqui ficassem. como quando o tempo fosse morto nos meus braços e dele pudesse fazer a eternidade que quisesse. ao tempo toda a vida escrevi histórias. de adormecer. quando à noite o sono não chegava e os relógios sequestravam o silêncio. quero o silêncio dos dias imensos. o segredo da madeira velha nos ouvidos. a quietude de uma casa vazia. que nenhuma voz se levante. nem um corpo. que adormeçam os homens todos. que o mundo seja a vida suplente que sonhei. uma cidade onde não houvesse gente. que gente faz doer. dos ossos ao coração.














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