segunda-feira, 25 de abril de 2011





















não escrevo a ninguém, deixei de dar notícias.
ninguém precisa de saber onde me encontro, 
se cheguei bem, se vou partir, se mudei de rosto ou de máscara.
um pássaro, dois homens puxando redes.
até quando poderei suportar a minha própria ausência?
e a vertigem?

al berto








- chama - o teu nome do meio esqueci-o - clara - chora. não sei por que tantos nomes te deram. nem voltas a ser clara. nem tarde é esta. nem outra vez o rosto te procura. que corpo é esse. clara. esse que trazes. que boca fina. que olhos saídos. tão pobre. tanto às vezes choras - clara - por me esquecer do nome. por me esquecer - e sempre clara de manhãs cinzentas. noites tranquilas. pedras cobrindo ervas cobrindo terras cobrindo - memória. que dói dos pés à cabeça. clara. dos pés à cabeça. sem esquecer o coração.












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