terça-feira, 22 de março de 2011















ver-te é como ter á minha frente todo o tempo
é tudo serem para mim estradas largas
estradas onde passa o sol poente

é o tempo parar e eu próprio duvidar mas sem pensar
se o tempo existe se existiu alguma vez
e nem mesmo meço a devastação do meu passado.

ruy belo





parece ás vezes que as sílabas ditas ao contrário fazem mais sentido. é quando o corpo se coloca perto do sol. quando a luz bate nos olhos. o teu corpo mente ao meu. não é inverno. já não. nenhuma árvore seca à borda da pele. só na tua boca se demoram as sílabas. presas à língua. tinha para os teus lábios preparado uma cantiga. com palavras fáceis de dizer baixinho ao ouvido. teria de ter pelo menos o mar o sol o calor o mistério dos dias calmos. parece às vezes que os dias calmos chegam quando não esperamos. quando o peito se fecha. e uma nesga de luz irrompe. quero acreditar em ti. às cegas. percorrer as palavras com os dedos todos. nenhum lugar soube tão bem de nós. espero. talvez mais tarde me digas com que sílabas se diz mundo. ou amor. ou nada.











Sem comentários:

Enviar um comentário