sexta-feira, 25 de março de 2011















Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto, tão perto, tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco

mário cesariny




são assim as ruas. duas lâminas. dois pedaços de vidro. três caminhos cruzados. ninguém me espera. em nenhum lugar. ninguém à espera. nenhum rosto familiar. nenhum sorriso. uma nesga de sonho voltado para sul. com o sol da manhã a doer-me nos olhos. amanhã. não hoje que o amor é cedo. amanhã desenho um corpo de encontro ao meu. um abraço. sob o olhar atento das silvas. onde mais tarde crescerão amoras. amanhã o silêncio. hoje não. que trago o coração tão pequeno no peito. e não posso chorar. não.









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