terça-feira, 8 de março de 2011











Como posso eu amar-te, se nem sei
como à porta te chamam os vizinhos,
nem visitei a rua onde nasceste,
nem a tua memória confessei.
Que vaga rima me permite agora
desenhar-te de rosto e corpo inteiro
se só na tua pele é verdadeiro
o lume que na língua se demora...
Não deixes que te enganem os recados
na infernal gazeta publicados
que te dão já por escultura minha;
nocturno frankenstein, em vão soprei
trombas de criação, e foste tu
quem me criou a mim quando quiseste

antónio franco alexandre






não partas nunca mais. os dias passam. amanhã é tarde. quando acordares já cá não estás. deixa a pele na pele ficar. deita os olhos. ao coração deixa um pedaço de terra onde fazer morada. não regresses. não te lembres. esquece. o mundo é um lugar longe. demasiado longe. esquece. amanhã é tarde. não leves o meu nome. não. nem os pássaros migrados de amor. não os leves. nem ao rosto. quanto mais o corpo. faz de conta que os dias foram todos teus. deixa o tempo. deixa o rio e as memórias onde fomos felizes.


em paz.














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