sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011


































Eu tenho raiva à ternura. Eu tenho raiva de ter raiva à ternura. Eu tenho a doença da ternura por ter raiva. Eu tenho tudo excepto a ternura. Eu não tenho ternura e sofro de inveja de quem tem ternura. Eu já só tenho raiva.

(…)


manuel cintra




e do céu pássaros chovia. trazidos pelo vento norte. bicos sedentos de afecto. asas em risco de amor. esperava que me contassem uma história mais feliz. um coração não doído. um corpo apertado noutro. um silêncio de penas enluta as pestanas. não há margens. nem rios. nem azul. um bando de pássaros chove. ainda. nenhum corpo pára. nenhum vento o deixa. só o ruído breve de quem sabe que amor-pássaro acaba.











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