quinta-feira, 4 de novembro de 2010














onde estiveram eles
por que caminham como se de tão longe
que nenhum passo pesado que baste
como se um em frente para outro inverso
como se andar sequer fosse indiferente
que nenhuma palavra suficientemente dorida
que só o silêncio e que nem ele
que nada porventura ou só a vida
bénédicte houart











não posso, não, não chorar. deixar então o corpo correr, se ao menos o corpo corresse em direcção ao sol e se espetasse na luz para sempre. assim morrer. com a cegueira na pele e a boca aberta. para sempre. a boca. e não posso, não, não ter no rosto duas lágrimas pequenas. e esta certeza de que o mundo foge com o corpo às costas. talvez mais tarde. quando dezembro vier e se dezembro vier. nunca se sabe. se o mundo partir leva dezembro com ele. nunca se sabe. assim morrer.










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