quinta-feira, 23 de setembro de 2010











A boca,

onde o fogo
de um verão
muito antigo

cintila,

a boca espera

(que pode uma boca
esperar
senão outra boca?)

espera o ardor
do vento
para ser ave,

e cantar.


eugénio de andrade









Sem comentários:

Enviar um comentário