quarta-feira, 26 de agosto de 2009

#262

subitamente, talvez me pareça agora longe sem o ser,
uma criança empurra um amor varanda abaixo.
eu não respiro, respirar é a arte dos que não sentem,
e morro
subitamente, até que de dentro dos pulmões
se levantem as palavras, pintadas de silêncios,
caiadas de esperas longínquas. ainda me lembro
quando esta criança trazia nas mãos o destino
e cruzava a rua sempre pelo lado contrário. ainda
me obrigo a lembrar-lhe as feições tristes e
os gestos indecisos. subitamente.  

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