terça-feira, 18 de agosto de 2009

#231

há tanta poesia neste acordar: penso.
ergo-me de mim,
rente aos ouvidos ainda a tua voz,
o timbre das palavras silenciosas,
amordaçadas à pele como rastilhos.
havia tanta coisa para te dizer agora,
talvez o nevoeiro ou a manhã clara,
o fumo do incenso ou o bafo do café quente nos lábios.
tudo isto é teu, tudo em mim te pertence
mesmo não estando.
toda esta vida, assim pequena,
me não é senão a certeza de te querer nela.

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