domingo, 12 de abril de 2009

#39

avó. deixa-me o traço fino
do teu pulso, quero escrever
com ele as madrugadas,
torná-las mais fáceis de passar.
deixa-me os calos,
os joanetes e as dores nas costas
para me tornar raíz difícil de arrancar.
quero ser como tu, uma árvore,
entristecer-me apenas nas estações de chuva,
desnudar-me, aparentar ser flácida e frágil
mesmo tendo as raízes mais longas
do mundo. avó. quero envelhecer
devagar e gritá-lo ao mundo.

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